O seu bairro está em processo de "favelização"? Entenda os sinais.
- bragaluis855
- 15 de out.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 4 horas
Uma localidade sempre dá sinais antes da chegada das facções. A título de exemplo, meu bairro tinha uma série de ambientes desassistidos afastados do centro, além de muitos usuários de drogas, se não fosse por um batalhão de polícia e uma delegacia recentemente instalada, já teria virado uma favela... para a alegria de muitos que insistem em romantizar a cultura da periferia. Mas fica o questionamento: como ocorre o processo de "favelização" de um lugar? De antemão aviso: se você está ligado nos posts do blog da Segat e já sabe que segurança e proteção são coisas diferentes, tem meio caminho andado para entender aonde essa reflexão irá chegar.
Nesse sentido, desde os primórdios os seres humanos tendem ao agrupamento visando o auxílio mútuo, sobretudo no que tange a prática do comércio, sendo esse um elemento estruturante fundamental para a criação da urbe. Contudo, estudos no campo do urbanismo também são conclusivos ao apontarem a necessidade de segurança como fator primordial para o nascimento das cidades e também pela morte delas na ocasião de ausência de diversidade urbana, que é propícia para a ascensão do crime e da violência. Isso ocorre pois um estado de decadência moral e econômico tende a desestimular a circulação das pessoas nas ruas, reduzindo a vigilância natural e permitindo que o criminoso ocupe o espaço antes frequentado pelo cidadão de bem, fechando o comércio local e consequentemente um elemento urbano estruturante.
Em contrapartida, não há como afastar a parcela de culpa do poder público na formação de facções se levarmos em consideração políticas de segurança equivocadas, em especial penitenciarias que só servem para tornar a prisão um local de reforço identitário para o marginal, bem como uma escola do crime onde as habilidades dos bandidos são aprimoradas. Devemos lembrar por exemplo, a origem de uma das maiores organizações criminosas Brasileiras, que surgiu no interior dos presídios devido ao contato entre os presos políticos da ditadura militar com detentos comuns.
Portanto, a negligência com políticas de prevenção primária, secundária e terciária, somadas ao descrédito com programas de inclusão social e vulnerabilidades legislativas alicerçadas em corrupção de agentes públicos e políticos, só contribuem para dificultar o policiamento de locais com grande aglomeração de pessoas ou muito afastados dos centros urbanos, permitindo que gangues fortemente armadas tomem territórios.




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