O que a classificação do PCC e do CV como organizações terroristas tem a ver com securitização?
- bragaluis855
- há 6 horas
- 1 min de leitura
É uma tendência relacionarmos qualquer ameaça com segurança nacional ou soberania, e o perigo dessa abordagem está na militarização do Estado que ocorre quando recorremos às Forças Armadas sempre que precisamos resolver questões que poderiam ser tratadas mediante outras políticas, como as de segurança pública. Porém, isso é mais comum em países onde as atribuições militares NÃO são tão bem constitucionalmente definidas como no Brasil.
Nesse cenário, esse discurso que defende a classificação do PCC e do CV como terrorista se chama securitização em relações internacionais, e é típico do movimento "securitizador" transformar qualquer pauta em assunto militar por meio de narrativas que visem a criação de ameaças globais. Passamos por isso no período das queimadas durante o Governo anterior através de manifestações que objetivavam legitimar medidas extremas para conter os incêndios na Amazônia sob o pretexto de que não éramos capazes de resolver o problema.
O mesmo ocorre hoje, porém agora desejam atribuir status de 'organização terrorista' para as nossas ORCRINS (organizações criminosas) a fim de justificar operações militares por aqui. Contudo, embora o crime organizado tenha atingido um patamar nunca visto antes favorecido pela corrupção, se tornando inclusive uma ameaça para toda a américa latina através de crimes transnacionais como contrabando de armas, drogas e lavagem de dinheiro, ele foge das atribuições das forças armadas, que inclusive são inadequadas para combatê-lo.
Em resumo, em ambos os casos, esteja relacionado com preservação ambiental ou segurança pública, a resposta ao movimento securitizador deve girar em torno das demonstrações de comprometimento com o tema e não com ataques, acusações e ironias como ocorria no passado.




Comentários