Gatilhos mentais funcionam como técnica de provocação em atividades de Inteligência?

É bom lembrar que Inteligência não é marketing e que Gatilhos Mentais não funcionam por muito tempo como ferramenta de pressão psicológica pois o ser humano é uma máquina de sobrevivência e a tendência é que ele se adapte a tais estímulos por meio do fenômeno da inoculação de estresse. Logo, essa brincadeira tende a deixar o alvo mais forte com o passar do tempo, não servindo como método de provocação.

Por isso é necessário ter em mente que as técnicas de operações de Inteligência voltadas para esse campo não são continuas, pois manter indivíduos sob alerta incessante é pouco produtivo. Vide a polêmica recente entre Israel e Palestina envolvendo um contrato com a Microsoft usado para vigilância com o Windows (Já anulado pela empresa). Isso é fichinha para o que sempre aconteceu por lá, porém no campo psicológico a resistência daquele povo só aumenta.

Nesse sentido, o sigilo é o princípio fundamental das operações de inteligência pois ele garante a segurança dos profissionais, bem como a integridade da companhia assessorada. Sendo assim, todos os esforços da contrainteligência voltados para o ELO (elemento operacional) giram em torno de manter em segredo essas ações voltadas para a obtenção de dados não disponíveis e até mesmo os disponíveis, tendo em conta que a vulnerabilidade das fontes abertas à desinformação é muito grande.

Dessa forma, a confidencialidade é fundamental para a atividade de Inteligência e todo o resto se trata de amadorismo. Contudo, embora o sigilo seja essencial para garantir a segurança dos agentes, bem como a facilitação das ações de coleta e busca, ele não é pretexto para encobertar ilicitudes. Isso é um fator crítico de sucesso para o sistema de Inteligência pois outros alvos também podem dispor de controles de contrainteligência e contraespionagem capazes de detectar atividades suspeitas, fazendo com que a organização assessorada responda judicialmente ou tenha suas relações prejudicadas.

Em resumo, a ultima coisa que um profissional de inteligência deseja é sinalizar a reunião de dados, e o emprego de gatilhos mentais não é desculpa para isso, considerando que eles colocariam a atividade em risco e ainda tornariam os alvos mais resistentes, seja no ponto de vista da segurança ou da resiliência mental.