É necessário vigilância patrimonial no ambiente escolar?

O debate sobre segurança no ambiente escolar deveria começar especificando a instituição de ensino, pois elas variam de contexto e estão a mercê de ameaças distintas. Algumas podem exigir detector de metais e até segurança armada, outras apenas apoio psicopedagógico, gestão de conflitos e conscientização no tocante ao assédio e demais riscos.

Por isso, não é possível obrigar que todas as escolas ou campus universitários tenham vigilância patrimonial, seja armada ou desarmada, pois o serviço não é gratuito e no fim esse tipo de investimento sempre pesa no bolso de alguém, seja no do contribuinte ou no do contratante (ensino privado), sendo crucial a existência riscos que justifiquem esse tipo de abordagem.

Percebo que a perspectiva mais radical desse tema sempre gira em torno de dois fatores:

1. O medo por parte dos profissionais da área em relação às incertezas impostas pelo impacto da inovação tecnológica no setor, que agem como se fosse necessário esforços estatais para proteger o emprego dos vigilantes a qualquer custo.

2. A falsa sensação de insegurança gerada pela cobertura midiática sensacionalista, que expõe para todo o território nacional, casos de violência ocorridos em diferentes regiões do país.

No entanto, tudo isso não passa de um exagero, tendo em vista que o mercado de segurança não tem dado qualquer sinal de extinção de postos de trabalho, mas sim de mudanças no que tange a qualificação do vigilante, que deverá comprovar mais escolaridade, bem como se aperfeiçoar para lidar com as novas demandas. Além disso, através do estatuto da segurança, outros cargos foram criados e com eles surgiram mais oportunidades como Técnico ou Operador de monitoramento eletrônico. Sobre a falsa sensação de insegurança, é fundamental considerar o contexto especifico de cada instituição visando avaliar se há realmente a necessidade dessa abordagem.

Para finalizar o raciocínio, imagine o peso no orçamento do Estado e das instituições de ensino privadas na obrigatoriedade de implantação de detectores de metais, vigilância armada e demais medidas no ambiente escolar. Por isso, toda e qualquer política pública ou solução de segurança privada envolve custo e precisa ser bem justificada.