Quando segurança se torna demais. Paradoxo da contrainteligência.
- bragaluis855
- 9 de set.
- 2 min de leitura
Tive um parceiro de negócios que tinha medo de falar orçamento por telefone ou e-mail por risco de "espionagem". O receio dele era que fosse um concorrente do outro lado pesquisando preços. Contudo, isso é um absurdo em termos de marketing e Informações. Imagine por exemplo, se um varejista ficasse com medo de cliente oculto, seria praticamente impossível vender.
Essa mentalidade remete à crença popular de que contrainteligência se trata de secretismo, quando na verdade, ela também segue princípios de segurança. Sendo assim, seu negócio também é parte do seu patrimônio, por isso a segurança não pode de maneira alguma, exagerar nas medidas de proteção ao ponto de inviabilizar ou prejudicar suas tarefas.
Voltando ao caso inicial, a atividade de Inteligência poderia ser útil na identificação dos desejos e das necessidades do público a fim de que suas expectativas fossem atendidas pelos serviços que ofertávamos na época, enquanto a contrainteligência, por meio da subárea de segurança da informação, se encarregaria de conhecimentos realmente sensíveis e sigilosos, relacionados com P&D, carteira de clientes, relação de fornecedores, planos de marketing e pesquisas de mercado. Isso permitiria a criação de valor percebido simultaneamente com a proteção do conhecimento, tornando a concorrência irrelevante e afastando a necessidade de uma prática rasteira como a guerra de preços.
Em suma, não há "segredo" em Inteligência, mas graus de sigilo, pois nem tudo pode ser considerado secreto, sob pena de atrapalhar a livre marcha da atividade realizada. Portanto, classificações de sigilo são atribuídas às informações com base em uma análise de riscos que considera os custos de manutenção da proteção frente aos danos e as perdas potencias causadas por um comprometimento.




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