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Propagandistas do crime organizado: como alguns bailes funks podem ser utilizados para cooptar jovens?

  • bragaluis855
  • 4 de jun.
  • 2 min de leitura

A vida é feita de escolhas, mas a satisfação pessoal entra em conflito com a satisfação material na sociedade capitalista. Biologicamente, a única vocação do ser humano é não ter vocação para nada (não especialidade), então muitas vezes a definição de dom e talento pode ser usada para justificar desigualdades sociais e preconceitos que limitam as inclinações individuais das pessoas. Dizer por exemplo, que negro tem vocação para jogar futebol e que mulher tem talento para maternidade e serviços domésticos, é minimizar as desigualdades que restringem a escolha da carreira de grupos vulneráveis.


Dificilmente alguém que não nasceu em situação econômica favorável, encontrará oportunidade para estudar, cursar faculdade e ascender na vida, e mesmo que consiga estudar, uma série de variáveis ainda irão definir se o cidadão irá administrar capital ou vender sua força de trabalho; isso é claro, se ele tiver a chance de trabalhar na sua área de formação. Sendo assim, embora o capitalismo seja o único sistema econômico possível, ele está longe de ser perfeito, exigindo programas sociais voltados para mitigar seus problemas que a longo prazo, geram o sentimento de exclusão e revolta social propício para o surgimento do crime e da violência.


Portanto, se a vida é feita de escolhas, muitos escolhem o mau por conta de um agente que identificou e explorou motivações pré-existentes de seu público alvo, o conduzindo com maestria, até seu objetivo, pois como um marqueteiro que vende um produto, o propagandista vende uma ideia. Por isso, se tanta gente compra o discurso dos funkeiros do crime organizado, é sinal de que há um mercado criado por anos de repressão policial desassociada de políticas públicas orientadas para tratar as causas sociais do crime. Esse é o conceito de Ideia-força, princípio central das Op-psico (operações psicológicas).


Para concluir, propaganda não se faz apenas criando uma narrativa e divulgando a esmo, ela exige a identificação e a exploração de motivações já existentes do público alvo. É assim que os movimentos extremistas conseguem voltar uma camada significativa da sociedade contra coisas como vacinas através da utilização do anti-intelectualismo que emerge do ressentimento de pessoas pouco instruídas contra os eruditos, melhor dizendo, ela se vale de temores, paixões, anseios e vulnerabilidades sociais em geral. Além disso, não é possível criar uma narrativa profissional sem considerar um alto orçamento, tendo em vista que essa atividade tem princípios e exige estudos de situação e acompanhamento de cenários por meio de atividades de Inteligência, além de assessoria multidisciplinar de psicólogos, sociólogos, jornalistas, publicitários e profissionais de comunicação em geral.


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