Entenda a teoria da escolha racional

De acordo com a teoria da escolha racional dos pesquisadores Derek Cornishe e Ronald Clarke, publicada na década de 60, o criminoso calcula os possíveis riscos de um crime, como prisão e morte, frente aos benefícios, como dinheiro, prazer e outros estímulos. Há no entanto, diferentes critérios no processo de tomada de decisão de cada infrator. De todo modo, a maioria decide de acordo com o tempo disponível e a quantidade de informações à sua disposição; a capacidade cognitiva do infrator também é considerada.

Assim, a teoria da escolha racional está relacionada com a forma como a tomada de decisão do criminoso é conduzida visando facilitar a elaboração de estratégias de prevenção. Por isso, como essa abordagem define o crime como algo racional, ela é a que melhor se aplica aos crimes patrimoniais, tendo intima ligação com a teoria das oportunidades e o famigerado triângulo do crime (ofensor motivado, vítima adequada e ausência de guardião).

Em suma, a escolha racional ajuda na compreensão de como muitas vezes bairros humildes podem ter índices altos de roubos e furtos. Nesse caso, embora as atratividades possam parecer baixas se comparadas às regiões ricas, as oportunidades de ganho com poucos riscos podem compensar, e tudo dependerá de fatores como patrulhamento policial ou estratégias de segurança residencial para resolver o problema através do aumento das dificuldades para o marginal, por exemplo.