Espelhamento de imagem e os limites da teoria da escolha racional em análise de informações estratégicas.

Quem dera que o ser humano fosse 100% racional e que todas as suas ações se baseassem no panorama do custo-benefício, sem avaliar valores emocionais como generosidade e ódio, bem como princípios ideológicos, religiosos e influencias externas. Sendo assim, é imprudente esperar que a decisão do outro sempre seja aquela que trará mais retorno no prisma financeiro ou quantitativo. Por isso, é fundamental esmiuçar a mentalidade de cada individuo em particular se quisermos ter o mínimo de precisão durante uma análise.

Dessa forma, parte do processo de Interpretação em análise de Inteligência envolve mapear o modelo mental dos principais decisores externos antes de tentar prever suas ações ou descobrir suas intenções, pois também não é possível sair por aí achando que todos fariam a mesma coisa que você se estivessem em situação parecida. Isso ocorre tendo em vista que tendemos a acreditar que as perspectivas das pessoas são as mesmas que a nossa, e acabamos julgando a decisão dos outros com base em como agiríamos se estivéssemos em seus lugares... Esse viés cognitivo se chama espelhamento de imagem e consiste em um erro gravíssimo.

Portanto, para evitar projetar nas pessoas suas próprias linhas de raciocínio, considere fatores como o histórico escolar e a trajetória acadêmica dos decisores adversos, neutros ou aliados; suas capacidades cognitivas; experiências e decisões passadas, bem como os indivíduos, assessorias e entidades que gravitam em torno deles e que podem influenciá-los de algum jeito, além do modelo mental. Reflita também a respeito da possibilidade de possíveis neuroses, psicoses e perversões. Aliás, consulte psiquiatras e demais profissionais de ciências comportamentais se for necessário.

Eu suma, isso previne que você interprete as ações alheias de acordo com a sua própria ótica e falhe ao tentar antecipar investidas apenas considerando a opção mais vantajosa para um alvo.