Espelhamento cruzado, breve explicação sobre as principais formas de abordagem do rapport.
- bragaluis855
- 7 de mai.
- 2 min de leitura
Atualizado: 13 de mai.
Na perspectiva investigativa, existirão casos que são transeuntes e não transeuntes, ou seja, que deixam e que não deixam vestígios, seja pela natureza do fato ou pela volatilidade das evidências (como é o caso dos cibercrimes), mas dificilmente haverá um trabalho apenas técnico-científico, por isso as técnicas de investigação cartorária, especialmente a entrevista, quase sempre serão necessárias.
Nesse cenário, é de suma importância o domínio de diferente formas de aproximação e quebra de resistência. Para fins de curiosidade, iremos destrinchar brevemente algumas maneiras de abordagem do rapport, que ficou famoso com a publicação da obra de Jack Schafer e Marvin Karlins, Manual de persuasão do FBI. Contudo, ao contrário do que a maioria das pessoas imaginam, a "fórmula da amizade" não é a única abordagem desse método.
Sendo assim, dentre os procedimentos de rapport, a fórmula da amizade é a mais comum, porém ela exige o tempo necessário para a criação de uma relação próxima, frequente, durável e intensa a fim de construir uma conexão de confiança com o alvo. Essa estratégia é muito utilizada no recrutamento operacional. Entretanto, no contexto da entrevista investigativa, seja velada, confrontativa ou não-confrontativa, utiliza-se muito o espelhamento e o espelhamento cruzado visando estabelecer conexão de curto prazo.
Dessa forma, no espelhamento, se imita os movimentos do entrevistado objetivando causar uma impressão de reciprocidade, no entanto, é mais recomendável o espelhamento cruzado, onde se harmoniza o movimento de partes do corpo diferentes para evitar que a pessoa perceba ou interprete mal as atitudes do investigador. Exemplo: a pessoa cruza os braços e você cruza as pernas; a pessoa toca o cabelo e você toca a nuca. O grande desafio do espelhamento tradicional está no risco do entrevistado interpretar como deboche as imitações do profissional que o está observando.
Outra abordagem de rapport bem utilizada é a associação de ideias, onde se busca indagar ao alvo sobre seus interesses de modo a criar um vínculo momentâneo. Porém, isso só é possível após um trabalho de investigação social prévio, incluindo hábitos; rotinas; redes de contatos; analise de vínculos e possíveis vulnerabilidades pessoais.
Para concluir, embora as técnicas de aproximação e quebra de resistência em entrevistas investigativas sejam muito vastas, esperamos ter conseguido sanar um pouco a dúvida sobre a mais comum delas, que é o rapport.

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