Como a TV e as mídias sociais te fazem se sentir inseguro.

Culpar qualquer outra coisa pelo domínio territorial do narcotráfico nas comunidades é passar pano para a ineficiência no controle de fronteiras, tráfico de drogas e contrabando de armas pelo Estado, que inclusive tem no cortejo de inimigos, poderosa ferramenta de mobilização da opinião pública. Entretanto, delitos ocorridos em munícipios distantes do seu não deveriam modificar seu comportamento pois o crime é um fenômeno que acontece em determinado tempo e espaço, ou seja, ele não se distribui de forma uniforme pelos territórios tampouco ocorre nos mesmos horários ou com o mesmo perfil de pessoas.

No entanto, é comum que os meios de comunicação em massa alterem a percepção pública através da cobertura e difusão genérica dos casos por todo o território nacional, passando a sensação de que aquilo que acontece longe de nós faz parte do nosso dia a dia. É importante fazer um adendo aqui às mídias sociais, que além de propagarem a sensação de insegurança, ainda distorcem fatos.

Em suma, colocar medo nas pessoas gera audiência e ainda melhora o domínio do Estado através da criação de inimigos em comum com o cidadão. Porém, no ponto de vista da segurança, isso é prejudicial, pois provoca o medo da violência e da criminalidade. Para exemplificar a extensão dos danos que o medo do crime pode causar, imagine um local onde há boatos de roubo, latrocínio ou estupro, com o tempo, as pessoas evitarão frequentar as ruas; os imóveis irão perder o valor e o comercio irá fechar, tornando o ambiente pouco vigiado e propício ao surgimento da criminalidade real. O ideal é sempre dar preferencia às informações divulgadas pelos órgãos oficiais e filtrar o que acessa na web ou assiste na TV.