As organizações criminosas Brasileiras são terroristas? Qual é a melhor forma de combatê-las?

Terrorismo é qualquer ato violento visando impor uma causa ao Estado através do medo, e para ser classificado como organização terrorista, o grupo deve ter os atentados como atividade-fim, angariando recursos exclusivamente para essa finalidade. Dessa forma, nossas principais organizações criminosas não podem ser consideradas terroristas, pois o objetivo delas é o lucro, embora já tenham utilizado o estratagema [terrorismo] no passado para reivindicar políticas carcerárias e condições para os presos, por exemplo. Sendo assim, terrorismo é uma estratégia de combate, não necessariamente um tipo de organização.

Para fins de curiosidade, mesmo com todos sendo considerados terroristas por muitos, alguns grupos islâmicos são categorizados como forças irregulares, guerrilheiras ou paramilitares, pois ainda que incomparáveis militarmente com Estados, são mais capazes do que grupos terroristas que precisam se valer do estratagema para influenciar, causar baixas e coagir países.

Com isso em mente, nossas ORCRINS (organizações criminosas) são difíceis de classificar pois são mistas, ou seja, possuem uma parte violenta e intimidadora e outra hierarquizada e transnacional, aos moldes empresariais voltada para crimes de colarinho branco, como corrupção, lavagem de dinheiro e outras praticas delitivas. Por isso, se infiltram facilmente nos poderes legislativo, executivo e judiciário; financiam campanhas políticas, influenciam projetos de lei e compram decisões judiciais, dificultando o combate pelas forças de segurança pública.

Nesse cenário, diferente dos grupos terroristas que o combate gira principalmente em torno da contrapropaganda orientada para desestimular atentados e dissuadir novos adeptos, as organizações criminosas exigem o desenvolvimento de instrumentos para obtenção de provas, mesmo ao arrepio dos direitos fundamentais, como a infiltração policial e a quebra de sigilo telemático, fiscal e bancário, pois os crimes financeiros praticados por elas vitimam principalmente os direitos sociais de todas as classes por meio do desinvestimento estatal em saúde, educação e segurança pública.

Em suma, parte dos desastres e outras mazelas sociais do Brasil tem a corrupção como principal causa, tendo em vista que uma parcela orçamentária destinada aos serviços públicos é usada para quitar despesas criminosas, e as instâncias de controle, priorizam o combate aos crimes violentos.